Estudo Bíblico: Aula 17 | Carta aos Gálatas

INTRODUÇÃO:

Quem são os Gálatas? No tempo do NT, a Galácia era uma província romana da Ásia Menor, que abrangia os seguintes territórios: a Galácia propriamente dita, a Frígia, a Pisídia e a Licaónia. Galácia, nos Atos (At 16,6; 18,23), distingue-se da Frígia.
As igrejas da Galácia devem ter sido fundadas por ocasião da 1.ª viagem missionária de Paulo (At 13,1-14,26). O Apóstolo dos gentios escreve a Carta aos Gálatas entre 55 e 57, a partir de Éfeso ou de Corinto, depois de 1 Ts e antes de Rm, Fl e Flm.

CONHECENDO A CARTA AOS GÁLATAS

VEJA AO VÍDEO


Paulo escreve a carta aos Gálatas por ocasião de uma crise. 
A igreja da Galácia corria perigo! Duas situações a ameaçava.

1 Ameaça- Os judeus recém convertidos ao cristianismo, queriam pregar outro evangelho. Paulo, então, entra em ação, faz uma alerta á igreja da Galácia. 
Em Gálatas 1,6-10, ele diz: "6Estou admirado de que tão depressa passeis daquele que vos chamou à graça de Cristo para um evangelho diferente.7De fato, não há dois (evangelhos): há apenas pessoas que semeiam a confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo.8Mas, ainda que alguém - nós ou um anjo baixado do céu - vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema.9Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado!10É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo".

E em Gálatas 5,1, Paulo diz: "1É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão".

2 Ameaça- a servidão da carne.
Gálatas 5,13 diz: 13Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade".

Gálatas 5,23 diz: "18Se, porém, vos deixais guiar pelo Espírito, não estais sob a lei.19Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem,20idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos,21invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus!22Ao contrário, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade,23brandura, temperança. Contra estas coisas não há lei".

Paulo apóstolo, muito preocupado com a igreja que se reúne na cidade da Galácia, faz uma contundente de dura exortação, dizendo em Gálatas 3,1-3 
Veja!

"  1Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi apresentada a imagem de Jesus Cristo crucificado?2Apenas isto quero saber de vós: recebestes o Espírito pelas práticas da lei ou pela aceitação da fé?3Sois assim tão levianos? Depois de terdes começado pelo Espírito, quereis agora acabar pela carne?".


PARTE TEOLÓGICA DA CARTA

A discussão acerca do anúncio do Evangelho também aos pagãos, considerados imundos pela Lei (At 10-11; 15), foi o primeiro problema que surgiu após a Ressurreição de Cristo e do Pentecostes. Depois, levantou-se o problema de se os cristãos, vindos do paganismo, estavam também sujeitos à Lei mosaica. Divergiam as opiniões. Paulo, apesar de ser judeu da seita dos fariseus (os mais zelosos da Lei), tornou-se o campeão da liberdade cristã ou da não sujeição à Lei, interpretada à maneira dos fariseus. Isso mereceu-lhe a hostilidade, não só dos judeus, mas também dos cristãos de origem judaica. O chamado concílio de Jerusalém (Act 15) não conseguira acalmar completamente os ânimos. Cristãos de origem judaica os judaizantes puseram em causa a validade e legitimidade do anúncio evangélico feito por Paulo, negando-lhe a dignidade apostólica e acusando-o de pregar um Evangelho mutilado e de anunciar um cristianismo diferente do dos outros Apóstolos de Jerusalém. Por isso, tentavam submeter os recém-convertidos ao jugo da Lei.

Foi o que aconteceu nas igrejas paulinas da Galácia. Nas pegadas do Apóstolo, os judaizantes atraíram os gálatas para a sua causa. Paulo escreveu-lhes, então, esta Carta polémica, em defesa da sua dignidade apostólica e da ortodoxia da sua doutrina, reconhecida, sobretudo, pelas colunas da Igreja-mãe de Jerusalém; expõe aqui o seu pensamento sobre as relações entre a Lei de Moisés e Cristo. Este último ponto será amplamente tratado na Carta aos Romanos, cronologicamente posterior à Carta aos Gálatas.
A Lei não fez mais do que manifestar o pecado, ao indicar um caminho, sem dar forças para o seguir. Só a Boa-Nova de Cristo, que é poder de Deus para todo o que crê, justifica, porque, indicando o caminho, dá também a força sobrenatural para o seguir. O grupo dos judaizantes quase desapareceu com a queda de Jerusalém, por volta do ano 70.

ESTRUTURA DA CARTA AOS GÁLATAS


Ela contém 6 capítulos e divide-se em 3 partes

Paulo, inicia a carta com uma introdução sem fazer se quer um elogio, mas, uma alerta (leia 1,1-3).

1ª Parte: Apologética|Paulo fala da sua autoridade apostólica (1,11 até 2,21).

2ª Parte: Dogmática (3 até 5,12).

3ª Parte: Moral ( 5,13 até 6,10).

Epílogo: (6,11-18).  
   
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NOSSO ITINERÁRIO DE FÉ NÃO É UMA CAMINHADA SOLITÁRIA...

Por Luciana Fernandes


“Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.” (Mt 28,20)

 

Nós cristão somos caminhantes e temos uma missão que recebemos no batismo. Somos seguidores de Cristo, somos filhos de Maria. Na Cruz, Cristo disse ao apóstolo João: “Filho, eis aí sua mãe!”.  Isso foi uma honra para a Humanidade, mas reforçou também o nosso compromisso missionário. Maria foi a primeira discípula missionária de Jesus Cristo. Ela aprendeu com seu Filho, seguindo-o até a cruz e na manhã de Pentecostes lá estava ela junto aos discípulos, pronta para dar continuidade ao projeto de Deus. Ela é o modelo de todos os discípulos e evangelizadores por seu testemunho de oração, de escuta da Palavra de Deus e de pronta e fiel disponibilidade ao serviço do Reino.

Nós somos os continuadores da missão, os novos evangelizadores, os responsáveis pela perpetuação da Igreja no mundo, através dos ensinamentos, da pregação e da vivência da Palavra. Não podemos nos calar. Não podemos ficar parados, estagnados pela covardia ou pelo comodismo. Precisamos ir ao encontro do outro levando a Boa-Nova que Cristo nos deixou.
Deus ao nos enviar seu Filho, manifestou sua intervenção misericordiosa na  história humana. Ele veio como Caminho, Verdade e Vida e nós que cremos nele, não caminhamos sozinhos. Ele ressuscitou, mas enviou-nos o Espírito Santo, que nos concede os dons necessários para não nos afastarmos do caminho do céu. Somos testemunhas do Cristo Ressuscitado no mundo e “ai de nós se não pregarmos o Evangelho”- como bem disse o apóstolo Paulo.
 Atualmente, DEUS continua a nos chamar e convoca todos os cristãos, segundo os carismas de cada um, para ocupar determinada posição na propagação do EVANGELHO, e precisamos ouvir, ler e estudar muito a Palavra de DEUS, para estarmos atualizados e podermos participar da missão evangelizadora da Igreja, dentro do PLANO DE DEUS, guiados e dirigidos pelo ESPÍRITO SANTO.

 O EVANGELHO precisa chegar ao  maior número de pessoas possível e não são somente os padres que têm a missão de propagá-lo. Todos nós batizados, cada um dentro do projeto que é capaz de realizar, seja esse o mais modesto ou o mais arrojado, tem a sua parte a cumprir nessa missão. O que Deus quer é que cada um realize o que se propôs em seu coração, para que um número maior de almas possa ser conquistado para Deus.

  É árduo o trabalho evangelizador. Basta lembrarmos dá parábola do semeador para não desanimarmos em nosso trabalho. É certo que nem todas as sementes darão fruto, mas nem por isso podemos deixar de lançá-las à terra. Em contrapartida, nessa caminhada de fé e vida, nós não estamos sozinhos. Nisso reside nossa força e nossa esperança na caminhada. Jesus caminha conosco, como prometeu

“Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.” (Mt 28,20).


 Em outubro de 2019, como instituiu o papa Francisco, vamos viver o Mês Missionário Extraordinário e já nos colocamos em oração, reflexão e ação para vivermos da melhor forma possível, na dimensão de batizados e enviados, como sugere a temática escolhida pelo papa: “Somos convidados a confirmar a nossa identidade batismal com um encontro pessoal com Jesus Cristo vivo: Ele envia-nos para sermos suas testemunhas no mundo”.
 Para finalizar, é bom lembrar que ser missionário e/ou evangelizador não requere necessariamente sair de sua pátria, de sua cidade, mas sair de si mesmo, vencer as barreiras do comodismo e do egoísmo para partilhar as verdades do Reino com aqueles que ainda não as conhecem. Para tal, precisamos ser solidários e generosos, precisamos saber acolher e partilhar e precisamos vencer o apego às coisas que passam.

  Que cada um pense na melhor forma de contribuir com a evangelização: seja dizimista fiel, reze pelas missões, faça parte de uma pastoral, pratique obras de caridade, dê testemunho de sua fé. Mas faça tudo com boa vontade, com alegria e com fé na presença de Cristo. E que no final da nossa peregrinação terrena possamos dizer como PAULO: “Combati o bom combate, vivi a fé”.
Amém!
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Jesus caminha conosco e permanecerá até a consumação dos séculos



-1ª Seção >>> (Somos dependentes de Deus e ele caminha conosco)









Para compreender a nossa dependência de Deus é preciso voltar no passado mais remoto da história da humanidade (o Gênesis).

(1. No princípio, Deus criou o céu e a terra. 2. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairavam sobre as águas. 3. Deus disse: “Faça-se a luz!”. E a luz foi feita. 4. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. Gênesis 1,1-3).

Neste trecho de Gênesis que citei acima, mostra que a terra estava vazia e havia uma escuridão, veja que Deus quis preparar toda a criação da terra, (mas antes da criação Ele separou a luz das trevas, ao longo do texto irá entender sobre a luz e as trevas) só depois, então, Deus criou sua obra prima,

(Gênesis 1,27 "Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher." Gênesis 2,7 "O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem se tornou um ser vivente.")

 E, diga-se de passagem, somos preciosos aos olhos de Deus,

(Isaias 43,4 "Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti.").

De fato, somos preciosos e especiais, tanto que Deus fez um lugar que seria para nós, mas onde somente Adão e Eva desfrutaram por um certo tempo, era um jardim no Éden (Cf. Gênesis 2,8), lá não havia dor, sofrimento e nada semelhante. Os nossos primeiros pais, Adão e Eva tinham uma perfeita e intima comunhão com Deus (Cf. Gênesis 3,8), Deus caminhava, dialogava e conferia-lhes autoridade sobre todo ser vivente na terra, nas águas, nos ares, até que a desobediência e o pecado adentrou no jardim contaminando o coração deles, com isso, a consequência foi o desligamento da comunhão com Deus (Cf. Gênesis 3,16-17).

Depois deste drástico acontecimento, o homem foi expulso do paraíso, nasce inimizade com Deus, e eles se dispersarão, se tornando “nômades”. Longos anos se passaram e muitos povos vindouro, pós a primeira geração, não tiveram a oportunidade de conhecer a Deus Pai Criador.

Você percebe que enquanto Adão e Eva estavam sob a tutela, proteção e comunhão com Deus lá no jardim no Éden, eles tinham tudo, tinham santidade, paz, alimento, (luz = graça) e vida eterna propriamente dito. E por causa da desobediência perderam tudo, então houve (trevas = pecado), mas não uma perda permanente.
Por isso digo, somos dependentes de Deus, necessitamos que ele caminhe conosco.

E para restabelecer todas essas coisas que nos foram dadas através de Adão e Eva, é preciso haver a reconciliação.
O Catecismo da Igreja Católica nos números 27, 44 e 49 diz:

Confira as referências no link abaixo


-2ª Seção >>> (Deus se revela ao homem)


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Deus se revela ao homem que se dispersou, importante deixar bem claro, Deus   nunca nos abandona.
Deus é 100% misericórdia, 100% justiça, a nossa desobediência que cria barreiras para a comunhão com o Senhor.

Nesta seção acesse o link abaixo para ler as referências do catecismo.

 -3ª Seção >>> (A Epifania do Senhor é a garantia da reconciliação) - primeira parte da revelação


Epifania quer dizer a vinda de Jesus, o Deus feito homem habitou entre nós.
No Evangelho de Mateus 1,23 está escrito:

“"Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel (Is 7,14), que significa: Deus conosco." 

Neste versículo de Mateus vemos que Deus quer restabelecer aquela intima comunhão de outrora, tal quão como era no Éden, e para que isso de fato acontecesse Ele quis estar bem perto de nós, (Emanuel quer disser Deus Conosco, Deus quer caminhar conosco.
E par isso acontecer Deus se fez carne e habitou no meio de nós,

(João 1,1 "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus." João 1,14 "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.")

O Catecismo da Igreja Católica nos números 65 e 66 diz:

Confira as referências no link abaixo

 -4ª Seção >>> (Jesus caminha conosco)


-Revelação final
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Agora nesta etapa final da revelação, Jesus inicia a sua vida pública (Cf. Mateus 5,1-16) e se revela Deus (João 14,9-10. "9. Respondeu Jesus: “Há tanto tempo que estou convosco e não me conhe­ceste, Filipe! Aquele que me viu viu também o Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai..." 10. Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras. Cf. João 10,30 e 38) e novamente caminha conosco.
Jesus tem ao seu redor inúmeros discípulos, no qual ele escolhe 12 como lideres, por assim dizer (Cf. Mateus 10,2-4). Durante o tempo que entre nós fisicamente diz os Apóstolos na primeira carta de João 1,1-3  "1.O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida – 2.porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou –, 3.o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo."

Necessitamos de caminhar com Jesus e vice-versa, para que as trevas não domine o nosso ser (Cf. João 8,12) e que estejamos preparados, santificados prontos para o nosso Senhor, como diz o Catecismo da Igreja Católica número 27: “O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus.”

Jesus promete caminhar conosco, (João 14,18 Não vos deixarei órfãos. Voltarei a vós.) porque sem ele nada podemos fazer, é como se fossemos um galho cortados da árvore e Jesus isso (Cf. João 15,5-6).
Somos as vezes como os dois homens a caminho de Emaús, “insensatos e lentos de coração para crer”, logo precisamos do Senhor, por isso, “o próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles, Lucas 24, 15.”
E por humildade reconheçamos a necessidade da presença de Jesus e digamos como os dois disseram, “Permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina. Lucas 24,29”.

>>> Termino este artigo com a bela oração de São Padre Pio <<<

 Veja a oração no link abaixo



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