INTRODUÇÃO:
Quem são os Gálatas? No tempo do NT, a Galácia era uma província romana da Ásia Menor, que abrangia os seguintes territórios: a Galácia propriamente dita, a Frígia, a Pisídia e a Licaónia. Galácia, nos Atos (At 16,6; 18,23), distingue-se da Frígia.
As igrejas da Galácia devem ter sido fundadas por ocasião da 1.ª viagem missionária de Paulo (At 13,1-14,26). O Apóstolo dos gentios escreve a Carta aos Gálatas entre 55 e 57, a partir de Éfeso ou de Corinto, depois de 1 Ts e antes de Rm, Fl e Flm.
CONHECENDO A CARTA AOS GÁLATAS
VEJA AO VÍDEO
Paulo escreve a carta aos Gálatas por ocasião de uma crise. A igreja da Galácia corria perigo! Duas situações a ameaçava.
1 Ameaça- Os judeus recém convertidos ao cristianismo, queriam pregar outro evangelho. Paulo, então, entra em ação, faz uma alerta á igreja da Galácia.
Em Gálatas 1,6-10, ele diz: "6Estou admirado de que tão depressa passeis daquele que vos chamou à graça de Cristo para um evangelho diferente.7De fato, não há dois (evangelhos): há apenas pessoas que semeiam a confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo.8Mas, ainda que alguém - nós ou um anjo baixado do céu - vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema.9Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado!10É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo".
E em Gálatas 5,1, Paulo diz: "1É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão".
2 Ameaça- a servidão da carne.
Gálatas 5,13 diz: " 13Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade".
Gálatas 5,23 diz: "18Se, porém, vos deixais guiar pelo Espírito, não estais sob a lei.19Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem,20idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos,21invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes. Dessas coisas vos previno, como já vos preveni: os que as praticarem não herdarão o Reino de Deus!22Ao contrário, o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade,23brandura, temperança. Contra estas coisas não há lei".
Paulo apóstolo, muito preocupado com a igreja que se reúne na cidade da Galácia, faz uma contundente de dura exortação, dizendo em Gálatas 3,1-3
Veja!
" 1Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi apresentada a imagem de Jesus Cristo crucificado?2Apenas isto quero saber de vós: recebestes o Espírito pelas práticas da lei ou pela aceitação da fé?3Sois assim tão levianos? Depois de terdes começado pelo Espírito, quereis agora acabar pela carne?".
PARTE TEOLÓGICA DA CARTA
A discussão acerca do anúncio do Evangelho também aos pagãos, considerados imundos pela Lei (At 10-11; 15), foi o primeiro problema que surgiu após a Ressurreição de Cristo e do Pentecostes. Depois, levantou-se o problema de se os cristãos, vindos do paganismo, estavam também sujeitos à Lei mosaica. Divergiam as opiniões. Paulo, apesar de ser judeu da seita dos fariseus (os mais zelosos da Lei), tornou-se o campeão da liberdade cristã ou da não sujeição à Lei, interpretada à maneira dos fariseus. Isso mereceu-lhe a hostilidade, não só dos judeus, mas também dos cristãos de origem judaica. O chamado concílio de Jerusalém (Act 15) não conseguira acalmar completamente os ânimos. Cristãos de origem judaica os judaizantes puseram em causa a validade e legitimidade do anúncio evangélico feito por Paulo, negando-lhe a dignidade apostólica e acusando-o de pregar um Evangelho mutilado e de anunciar um cristianismo diferente do dos outros Apóstolos de Jerusalém. Por isso, tentavam submeter os recém-convertidos ao jugo da Lei.
Foi o que aconteceu nas igrejas paulinas da Galácia. Nas pegadas do Apóstolo, os judaizantes atraíram os gálatas para a sua causa. Paulo escreveu-lhes, então, esta Carta polémica, em defesa da sua dignidade apostólica e da ortodoxia da sua doutrina, reconhecida, sobretudo, pelas colunas da Igreja-mãe de Jerusalém; expõe aqui o seu pensamento sobre as relações entre a Lei de Moisés e Cristo. Este último ponto será amplamente tratado na Carta aos Romanos, cronologicamente posterior à Carta aos Gálatas.
A Lei não fez mais do que manifestar o pecado, ao indicar um caminho, sem dar forças para o seguir. Só a Boa-Nova de Cristo, que é poder de Deus para todo o que crê, justifica, porque, indicando o caminho, dá também a força sobrenatural para o seguir. O grupo dos judaizantes quase desapareceu com a queda de Jerusalém, por volta do ano 70.
ESTRUTURA DA CARTA AOS GÁLATAS
Ela contém 6 capítulos e divide-se em 3 partes
Paulo, inicia a carta com uma introdução sem fazer se quer um elogio, mas, uma alerta (leia 1,1-3).
1ª Parte: Apologética|Paulo fala da sua autoridade apostólica (1,11 até 2,21).
2ª Parte: Dogmática (3 até 5,12).
3ª Parte: Moral ( 5,13 até 6,10).
Epílogo: (6,11-18).